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Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011The availability of resting sites is known to influence the distribution and density of animals and they are key resources to nocturnal mammals that need to spend daylight in safe refuges. This is the reason why these structures have to be taken in account in the efforts of mammal species conservation. Aside from being simply a place to rest, these structures also provide natural protection against predators and thermal isolation in harsh environments. In the 1960’s Eurasian otters (Lutra lutra) crashed in many parts of its European distribution, this being the case of Austria. With the species recolonization, favored by an interconnection with the Czech and the Hungarian populations, a need emerged for a better understanding on how animals are using such resources in the Alpine landscape as the species is still considered endangered. The main goals of this study were to evaluate (assess) if: (1) there is a structural pattern of daytime resting site according to gender and age; (2) human disturbance affects the choice of resting site type; (3) snow cover has any influence on the type of resting site used; (4) rest-site choice can be predicted based on environmental variables and (5) there is a geographic pattern in resting site choice. Four otters (two adult females, one adult male and one juvenile female) were captured and radio-tagged to locate resting structures which were characterized according to a set of physical and environmental parameters. Daily climate data was obtained from local weather stations. In spite of sampling size constrains results revealed that underground structures were used more often than surface lairs and suggest a different use of resting site type between females and breeding females. No relation was found between rest-site type and human density. Snow cover influence could not be asserted due to environmental conditions during the sampling period, but temperature, vegetation cover and river width seem to play a significant role in predicting resting site choice. Concerning the geographical pattern, the results, framed by previous studies, imply its existence but it was not possible to identify the factors behind it.Pertencendo à família dos mustelídeos, a lontra Euroasiática (Lutra lutra L. 1758) é a espécie de lontra cuja distribuição é mais alargada. Pode ser encontrada na Europa, na maior parte da Ásia e ainda no Norte de África. É uma espécie exclusivamente aquática que utiliza tanto sistemas lênticos como sistemas lóticos e ainda zonas costeiras. São animais solitários ao longo da sua vida, alimentando-se na sua maioria de peixes, embora possam alimentar-se de vários outros grupos animais. Esta espécie, à semelhança de outros mamíferos, passa uma grande parte do dia no interior de abrigos. Estas estruturas conferem-lhes protecção contra predadores e isolamento térmico, além de um local para dormir. Os refúgios desenpenham um papel fundamental no ciclo de vida dos animais, podendo em situações de escassez, determinar a sua densidade e abundância. Na década de 1960 as populações de lontra sofreram um declínio acentuado em grande parte da sua distribuição original. Este sentiu-se principalmente a nível Europeu, embora a situação seja maioritariamente desconhecida para outros locais da sua distribuição. Alguns países, como a Suíça, chegaram mesmo a uma situação de extinção local, da qual apenas recentemente começam a recuperar. Apesar das causas deste declínio serem variadas, todas têm em comum a sua origem humana. As quatro ameaças principais devem-se à perseguição directa, destruição de habitat, poluição por metais pesados e rarefacção dos recursos alimentares. Com o aumento do número de lontras a re-colonizarem a parte Este dos Alpes, torna-se fundamental compreender melhor determinados aspectos da sua ecologia nos sistemas fluviais Alpinos. O presente estudo teve por objectivo a caracterização e identificação dos padrões de utilização de abrigos diurnos por parte da lontra no Sudoeste Austríaco. Foram testadas as seguintes hipóteses: (1) existe um tipo estrutural de abrigo mais usado consoante a idade e sexo dos indivíduos; (2) abrigos mais expostos serão utilizados em áreas menos perturbadas e vice versa; (3) após a chegada da neve, locais que beneficiem de isolamento térmico serão mais usados; (4) é possível prever o tipo de estrutura escolhido com base em variáveis ambientais e (5) existe um padrão de utilização geográfico dos vários tipos de abrigo. Para responder às questões colocadas, recorreu-se à utilização de radio-marcação e de rádio-telemetria. Foram efectuadas 2 sessões de armadilhagem (Maio 2010 e Novembro 2010), que resultaram na captura de 4 indivíduos, dos quais duas fêmeas adultas, um macho e uma fêmea juvenil. Os animais foram localizados 47 a 187 vezes ao longo de 9 meses. Sempre que um indivíduo era localizado e considerado inactivo, registaram-se as características do abrigo e factores do ambiente envolvente tais como variáveis relacionadas com o curso de água, como largura, profundidade e tipo de margem; e outras relacionadas com a presença humana, como distância a estradas e povoações. Além destas caracterísitcas, registou-se ainda o tipo de habitat em que os abrigos se inseriam e a sua constituição estrutural, resultando em cinco tipos diferentes de abrigo. Posteriormente, foram obtidos dados relativos às temperaturas diárias minímas e máximas, bem como à precipitação diária. Estes dados foram obtidos em duas estações meteorológicas localizadas na área de estudo recorrendo-se aos dados da estação mais próxima ao território de cada animal. Por os dados não cumprirem os pressupostos da estatística paramétrica na análise dos dados foi utilizada estatística não-paramétrica. De modo a facilitar o tratamento de dados, os animais foram agrupados em três classes: fêmeas, macho e fêmeas com crias. Para analisar a fidelidade dos indivíduos aos abrigos, calculou-se o índice de reutilização correspondente. O mesmo índice, foi também comparado para cada tipo de abrigo antes e depois da cobertura de neve se instalar. Foi ainda calculado para cada abrigo a sua frequência de uso relativa, de modo a determinar a existência de uma preferência por um ou mais tipos de abrigo. De modo a evidenciar padrões estruturais dos vários tipos de abrigo, foi realizada uma análise de ordenação. Os resultados desta ordenação indicaram a separação de dois tipos de abrigos: de superfície ou no subsolo. Seguidamente foi efectuada uma análise de regressão logística testando-se a existência ou não de correlação entre as variáveis originais. Foram introduzidas dez variáveis no modelo inicial, sendo reduzidas a quatro após um procedimento de backward stepwise. Após a verificação de que o modelo final e o modelo inicial não eram significativamente diferentes, testou-se a adequabilidade e precisão do modelo final. Constatou-se que não existem diferenças estatísticas entre a taxa de reutilização das três classes de indivíduos, embora os dados sugiram uma diferença ao nível das fêmeas reprodutoras e não reprodutoras. Não existiu também uma diferença ao nível da utilização de abrigos consoante a presença/ausência de cobertura de neve. Este resultado estará provavelmente relacionado com a época em que três dos indivíduos foram capturados, já que a temperatura do ar já estava a decrescer antes dos animais começarem a ser seguidos. Embora não tivesse sido possível concluir àcerca de uma relação entre áreas muito ou pouco humanizadas e o tipo de abrigo, confirmou-se a reacção desta espécie à presença humana, em que apenas pertubações de cariz directo, causaram a fuga do animal. Na maioria das situações, o indivíduo permaneceu no abrigo, apesar de alguma pertubação bastante próxima. As variáveis estatisticamente relevantes obtidas no modelo de associação abrigo-habitat foram a temperatura, a cobertura vegetal e a largura do rio. Segundo os coeficientes obtidos, quanto mais elevada for a temperatura, maior é a probabilidade de um abrigo à superfície ser escolhido. O contrário acontece quando a temperatuda desce. Em relação à vegetação, esta tem um papel muito importante na existência de abrigos, já que é responsável (directa ou indirectamente) por muitos dos abrigos utilizados. Uma menor largura do rio está relacionada, embora não tão claramente como as variáveis anteriores, com a escolha de abrigos à superfície. Embora existam indícios de que existirá um padrão geográfico, não foi possível discernir que factores estarão na origem desse padrão. Demonstrou-se a importância de algumas estruturas resultantes de actividade humana; os abrigos constituídos de pilhas de ramos ou troncos foram bastante utilizados. Assim, recomenda-se que a sua gestão se mantenha como até então, de modo a permitir a sua utilização contínua. Tendo em conta o tamanho da amostra, alguns resultados não significativos podem estar a ser mascarados. De modo a confirmar estas situações, seria necessário analisar uma amostra maior. A nível da existência de um padrão geográfico, será necessário efectuar estudos mais concretos e direccionados a essa temática, uma vez que os dados existentes são bastante heterogéneos. A informação recolhida permitirá decisões mais ponderadas a nível da ecologia do repouso da lontra, i.e. à cerca de factores que possam ser limitantes. Este estudo permitirá também analisar que factores ambientais são favoráveis à re-colonização e expansão da espécie, beneficiando a sua conservação
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