A Batalha de Ráfia (217 a.C.) e o “nacionalismo” egípcio do Período Ptolomaico

Abstract

No Egipto ptolomaico, o final do reinado de Ptolomeu IV Filopator (221-205 a.C.) e o reinado de seu filho, Ptolomeu V Epifânio (205-180 a.C.), marcam um período de inflexão da história política e económica da dinastia com repercussões irreversíveis na actuação e no reconhecimento da instituição real que, paulatinamente, conduzirão o país para a órbita de Roma. Um evento-chave que assinala esta alteração estrutural da história ptolomaica foi a Batalha de Ráfia (22 de Junho de 217 a.C.), disputada ao sul de Gaza, na Palestina, opondo Ptolomeu IV Filopator do Egipto e o rei selêucida Antíoco III, o Grande. Pela primeira vez na história militar lágida, ao lado das habituais falanges de soldados gregos e macedónios, formaram-se falanges egípcias. Esta «inovação sensacional» mostrar-se-ia decisiva para o desenrolar da história da dinastia. De facto, a vitória militar por que se saldou a batalha de Ráfia para o lado ptolomaico teve resultados paradoxais a nível interno: o inusitado concurso de cerca de 20.000 soldados indígenas provocou uma progressiva reivindicação de participação política e de valorização social por parte destes, o que levou a sedições internas e ao despertar da consciência nacional egípcia, motivadas nuns casos, agravadas noutros, pela tradicional concepção de poder e pela própria crise económico-financeira que começara a generalizar-se

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This paper was published in Repositório Aberto da Universidade Aberta.

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