TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.Atualmente a contaminação do ambiente aquático e conseqüentemente dos recursos hídricos, vêm
tomando importância frente à preocupação com a escassez da água. Diariamente, diferentes tipos de
reservatórios de águas estão sendo saturados por contaminantes das mais diversas fontes, tornando
as águas impróprias para consumo, para o desenvolvimento de atividades agrícolas e para
recreação. Grande parcela da população que não possui tratamento adequado dos efluentes sendo as
que mais sofrem com este problema, uma vez que são os principais atingidos por doenças de
veiculação hídrica. Entre os principais contaminantes do ambiente aquático estão os vírus entéricos,
responsáveis pela maioria de casos das doenças diarréicas no mundo, além de algumas formas de
hepatites como também otites e conjuntivites, entre outras doenças. Os vírus entéricos infectam o
homem através da via fecal-oral e replicam-se no trato gastrointestinal, causando as conhecidas
gastroenterites. Dentre os vírus entéricos mais relevantes estão os rotavírus, que causam anualmente
milhares de casos de diarréias em todo o mundo, principalmente em crianças com idade de até cinco
anos. Os rotavírus possuem uma enorme variabilidade de sorotipos circulantes, sendo que a
detecção da presença dos mesmos em diferentes tipos de águas de superfície se torna de alta
importância uma vez que pode contribuir para futuros estudos epidemiológicos e evidenciar a
necessidade do tratamento adequado dos efluentes despejados nos reservatórios aquáticos. O
desenvolvimento de métodos para o monitoramento da qualidade sanitária da água se faz necessário
para assegurar a qualidade da água distribuída à população, uma vez que os padrões de qualidade
atuais, baseados nos níveis bacterianos, não possuem uma boa correlação com contaminação viral.
Sendo assim, o presente trabalho de conclusão de curso teve por objetivo principal padronizar
métodos de detecção de contaminantes virais em águas de superfície utilizando os rotavírus como
modelo viral. A escolha de diferentes tipos de águas analisados durante o trabalho (amostras de
campo) foi de grande importância uma vez que permitiu verificar se tal metodologia possui eficácia
na detecção de contaminantes virais entéricos. Os métodos de detecção envolveram inicialmente a
concentração viral por filtração, extração do material genético pelo método da sílica e posterior
detecção por técnicas de RT-PCR e técnicas de cultura celular, esta última permitindo inclusive
avaliar a viabilidade das partículas virais. Os resultados demonstraram que a metodologia
empregada neste trabalho foi de grande eficiência em relação à detecção do genoma do rotavírus
pela reação de RT-PCR. A utilização da água destilada foi a que resultou no melhor índice de
recuperação viral (100%). Para os demais tipos de águas (água do mar e esgoto tratado), os
resultados de recuperação viral foram pouco expressivos, uma vez que nestes tipos de amostras há a
presença de diversos inibidores da reação de RT-PCR. Nas análises das amostras de campo, os
resultados indicam que a metodologia utilizada propiciou uma detecção eficiente do genoma do
rotavírus em diversas amostras, sendo algumas destas positivas em diversas análises ao longo de um
ano de coleta. Das amostras positivas para a presença do genoma do rotavírus que foram submetidas
ao ensaio de ICC-RT-PCR, duas amostras de esgoto da localidade do córrego do bairro Monte
Verde foram positivas, o que demonstra a diminuta viabilidade do rotavírus em águas de superfície.
A continuidade deste trabalho, com a realização da reação de PCR em tempo real das amostras de
campo analisadas, permitirá melhores respostas, uma vez que a quantificação viral mostrará a real
perda que ocorreu durante a utilização do método de filtração e concentração viral
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