A Qualidade do tratamento durante a lactação influencia o comportamento pós-desmame de leitões

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2011Os objetivos deste estudo foram comparar o comportamento pósdesmame de leitões tratados de forma racional ou aversiva durante o período de lactação; e detectar se estes animais seriam capazes de reconhecer seu tratador habitual. Para isso, 24 porcas e suas leitegadas foram alojadas em salas diferentes, onde cada uma recebeu um tipo de tratamento. Uma pessoa do sexo feminino (P1) foi responsável pela alimentação dos animais e limpeza dos ambientes entre os dias 10-27 após o nascimento dos leitões. Neste período, para o tratamento aversivo (Aver), P1 gritava com frequencia, movia-se bruscamente e de forma imprevisível. Para o tratamento racional (Rac), P1 usava um tom de voz suave apenas quando necessário e movia-se cuidadosamente. No 28º dia os leitões foram desmamados e a resposta dos animais em relação à aproximação do tratador conhecido e de uma pessoa desconhecida num ambiente novo foi avaliada em 4 leitões de cada leitegada. Os escores variaram de 1 (experimentador poderia tocar leitão) a 4 (leitão escapava logo que a pessoa se movesse). O teste foi repetido duas vezes com cada animal, com um intervalo de 1 h, onde P1 vestia calça azul e camiseta branca, e o tratador desconhecido aos leitões (P2) vestia macacão azul. Depois disso, leitões de diferentes leitegadas mas que receberam o mesmo tipo de tratamento durante a fase de lactação foram misturados e mantidos em salas separadas de acordo com o tratamento, equilibrado por sexo e peso vivo (n=12 grupos de quatro leitões/tratamento). O comportamento foi observado através de instantâneos a cada 2 minutos, por 4 h por dia, durante 4 dias. Os escores de aproximação humana foram maiores para leitões de Aver do que para Rac quando testado com P1 (P = 0,04), mas não com P2 (P = 0,8). Frequências de #repouso# foi menor (P <0,001), enquanto #tentativas de fuga# (P <0,03), #interações agonísticas# (P <0,02) e #no comedouro# (P <0,001) foram maiores nos leitões tratados aversivamente do que nos tratados de forma racional. Consumo de ração e de água e ganho de peso não diferiram entre os tratamentos (P>0,05). Conclui-se que leitões com 4 semanas de idade podem discriminar um tratador de acordo com a natureza do tratamento recebido durante a lactação. Além disso, os leitões tratados aversivamente demonstram maior inquietação ao desmame.The aim of this study was to compare the post-weaning behaviour in the first four days of piglets treated either rational or aversively during the suckling period and identify whether these animals would be able to recognize his usual handler. For this, 24 sows and their litters were housed in different rooms according to treatment. A female experimenter (P1) was in charge of feeding and cleaning from days 10 to 27 after birth. During this period, for the aversive treatment (Aver), P1 moved harshly and unpredictably and shouted frequently during routine cleaning of facilities and animal handling. For the rational treatment (Rac), P1 used a soft tone of voice and was careful during the same routine. At 28 days, piglets were weaned and the avoidance response of piglets to an approaching experimenter in a novel place was assessed in four piglets from each litter. Scores ranged from 1 (experimenter could touch piglet) to 4 (piglet escaped as soon as person moved). The test was repeated twice, with a 1-h interval, with P1, who wore blue trousers and white T-shirt, and a second handler unfamiliar to the piglets (P2, who wore blue coveralls). Thereafter, piglets from different litters but that received the same treatment during the lactation were mixed and housed in separate rooms, balanced for gender and live weight (n=12 groups of 4 piglets/treatment). Behaviour time budgets were registered by scan sampling every 2-min, for 4 h per day, for 4 days. Avoidance score was higher for Aver than Rac piglets when tested with P1 (P=0.04) but not with P2 (P=0.8). Frequencies of resting were lower (P<0.001), whereas escape attempts (P<0.03), agonistic interactions (P<0.02) and frequency of presence at feeder (P<0.001) were higher in the Aver than in the Rac groups. Feed and water intake and weight gain did not differ between treatments. It is concluded that 4- week-old piglets can discriminate a handler according to the nature of treatment received during suckling. In addition, piglets treated aversively seem to have more difficulty adapting to weaning than those treated neutrally during the suckling period

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