Casca de jabuticaba: inibição de enzimas digestivas, antioxidante, efeitos biológicos sobre o fígado e perfil lipídico

Abstract

A jabuticaba é uma fruta tipicamente brasileira. Sua casca possui alto teor de fibras e de compostos fenólicos, entre eles as antocianinas responsáveis por sua cor característica. Os compostos fenólicos possuem comprovado potencial antioxidante e estudos têm sugerido que podem inibir algumas enzimas digestivas in vitro e in vivo. Objetivou-se, neste trabalho, estudar a farinha de casca de jabuticaba (FCJ) investigando a capacidade inibitória sobre enzimas digestivas, seu perfil fenólico, o potencial antioxidante in vitro e in vivo, seu efeito sobre os níveis séricos de lipídios em ratas e a ação hepatoprotetora, visando uma melhor utilização do ponto de vista tecnológico e nutricional. Foi analisado o potencial inibitório in vitro da FCJ sobre as enzimas α-amilase, α-glicosidase, lipase e tripsina na presença e na ausência de fluido gástrico. O extrato utilizado para quantificação e identificação dos compostos fenólicos por cromatografia liquida de alta eficiência foi preparado com metanol 50% na razão 1:25 (m/v). A atividade antioxidante foi determinada pelo método ABTS. Foram analisadas as propriedades tecnológicas absorção de água e óleo, solubilidade de nitrogênio, volume de espuma e estabilidade de emulsão. Para o estudo do efeito da FCJ sobre a peroxidação lipídica e o perfil lipídico plasmático e hepático de ratas, os animais foram divididos em 4 grupos de 8 animais. Os grupos receberam 0 (controle); 0,50; 1,50 e 3,00 g de FCJ por 100 g dieta.O extrato de farinha de casca de jabuticaba (EFCJ) inibiu significativamente a enzimas α-amilase. A inibição da α-amilase pelo EFCJ foi de 585,60 μmol min-1 (unidades de enzima inibida - UEI) e com o fluido gástrico 560,00 UEI. Foram identificados na FCJ os ácidos gálico, elágico e salicílico; galocatequina e a epicatequina. O composto fenólico marjoritário foi a epicatequina. A FCJ apresentou potencial antioxidante e possui boa absorção de água e estabilidade de emulsão. O ensaio biológico demonstrou que a dieta com 3,00% de FCJ aumentou em 20,23% o nível de HDL. Os grupos que receberam FCJ mostraram atividade de aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase inferior ao grupo controle. Houve diminuição significativa da esteatose macrovesicular no fígado dos animais que receberam dieta suplementada com 3,00% de FCJ. As dietas contendo 1,50% e 3,00% de FCJ reduziram em cerca de 50,00% a peroxidação lipídica no fígado. A capacidade inibitória do EFCJ sobre a α-amilase e a tripsina pode estar relacionada com a ocorrência dos compostos fenólicos.A FCJ mostra-se como uma alternativa promissora para ser utilizada como antioxidante natural e como aditivo em formulações como sopas, molhos, salsichas, massas, queijos, bolos, produtos de padaria.A FCJ foi eficiente na proteção cardiovascular por aumentar o nível sérico de HDL, possuir boa atividade antioxidante e demonstrou possuir efeito hepatoprotetor. A utilização da FCJ na prevenção e controle do diabetes e obesidade pode ser viável.Tese apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica, para a obtenção do título de Doutor

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Last time updated on 10/08/2016

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