Crescimento, nutrição e produção in vitro de Gomphrena claussenii exposta a zinco e cádmio

Abstract

A crescente atividade antrópica tem levado à contaminação do ambiente por meio da deposição, no solo, de resíduos contaminados com diversos metais pesados, os quais, quando presentes em níveis tóxicos, tornam-se danosos às plantas. Os efeitos tóxicos de Zn e Cd podem ser resultado da interação destes com outros elementos, causando distúrbios nutricionais nas plantas. Objetivou-se avaliar o efeito da aplicação de Zn e Cd em solução nutritiva e da época de colheita sobre o teor, o acúmulo e a translocação de elementos em Gomphrena claussenii, bem como o crescimento in vitro desta espécie submetida a concentrações crescentes de Zn. Um primeiro experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Universidade Federal de Lavras, em Lavras, MG. O esquema estatístico utilizado foi o delineamento inteiramente casualizado, sendo os tratamentos constituídos de quatro concentrações crescentes de Zn+Cd (16,25; 162; 325 e 975 µmol L-1) e três épocas de colheita (15, 30 e 45 dias), com três repetições. Avaliaram-se o teor, o acúmulo e o fator de translocação de Ca, P, K, S, Fe, Cu, Mn, Cd e Zn. Um segundo experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com 8 repetições. Como tratamentos, adicionaram-se as concentrações 0, 16, 160, 320 e 960 µmol L-1 de Zn (ZnSO4.7H2O), em meio de cultura MS; aos 30 dias de condução do experimento, avaliaram-se as plantas quanto aos parâmetros biométricos de crescimento. No primeiro experimento, a aplicação das concentrações crescentes de Zn+Cd exerceu efeitos nos parâmetros avaliados, diferindo quanto ao elemento e à época de colheita, com destaque para a expressiva redução na translocação de Fe e Cd nas plantas. Presume-se que o Zn teve importante papel na absorção de Cd, caracterizando um mecanismo de defesa na planta. Os teores médios encontrados na parte aérea das plantas submetidas às diferentes concentrações de Zn e Cd estudadas foram: 18,8 g kg-1, para Ca; 26,3 g kg-1, para P; 4,7 g kg-1, para K; 848 g kg-1, para S; 132 mg kg-1, para Fe; 12 mg kg-1,para Cu e 29,6 mg kg-1, para Mn. No segundo experimento, as plântulas de G. claussenii mostraram clorose pronunciada em folhas novas, nas concentrações de 0 e 16 μmol L-1 de Zn. Quando submetidas a elevadas concentrações de Zn (160, 320 e 960 µmol L-1), as plântulas apresentaram sintoma de toxidez, caracterizado como coloração pardo-avermelhada. Apesar de a aplicação de zinco ter proporcionado o decréscimo nos parâmetros avaliados, a espécie foi capaz de se desenvolver até a maior concentração de Zn (960 µmol L-1) aplicada. Sugere-se que a concentração de Zn mais adequada para o desenvolvimento in vitro de plântulas dessa espécie esteja na faixa de 16 a 160 µmol L-1Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, área de concentração em Recursos Ambientais e Uso da Terra, para a obtenção do título de Mestr

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Last time updated on 10/08/2016

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