Avaliação do efeito de um programa de intervenção comportamental sobre o comportamento de fumar cigarros

Abstract

Em função do número alarmante de mortes causadas pelo uso do tabaco no mundo, o tabagismo vem sendo considerado pelos órgãos de saúde uma doença crônica e o seu tratamento uma necessidade de saúde pública. Por esta razão, a área da saúde vem contribuindo com estudos para elaborar e avaliar programas para cessar o consumo de tabaco. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de um programa de intervenção comportamental sobre o comportamento de fumar. Foi avaliada a adaptação de um programa espanhol, através de dois estudos: no Estudo I foi utilizado um delineamento de grupo e, no Estudo II, um delineamento de linha de base múltipla entre participantes. O Programa teve duração de seis sessões conduzidas semanalmente. As principais estratégias adotadas para o controle do comportamento de fumar cigarros foram: informação sobre o tabaco; automonitoramento; controle de estímulos; redução gradual do consumo de tabaco; estratégias para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência; prevenção de recaída e feedback fisiológico. Participaram do Estudo I 30 fumantes, distribuídos por emparelhamento randômico em Grupo Experimental (GE) e Controle (GC) em lista de espera. Os participantes foram avaliados quanto ao nível de dependência à nicotina, através do Teste de Fagerström, quanto à abstinência, através do medidor de monóxido de carbono (CO) e à satisfação do consumidor. A avaliação do monóxido de carbono ocorreu antes da intervenção, em cada sessão do tratamento e após a intervenção. Ao final do tratamento, observou-se porcentagem de 20% de abstinência no GE em relação a 0% no GC. Não foi observada relação entre baixa dependência à nicotina e abstinência ao final do tratamento. Houve abandono do tratamento por 60% dos participantes do GE. No Estudo II participaram seis fumantes que não estavam fazendo nenhum tratamento para parar de fumar no início da pesquisa e que na entrevista inicial apresentaram nível de monóxido de carbono (CO) de no mínimo 11 ppm. Além das avaliações adotadas no Estudo I, os participantes deste Estudo responderam também ao Inventário de Depressão Beck. A avaliação do monóxido de carbono foi realizada em todas as fases da pesquisa: entrevista inicial, linha de base, intervenção e seguimento de um e de três meses. A intervenção foi iniciada a cada dois participantes, após a estabilidade de todas as linhas de base. Ao final do tratamento observou-se redução nos valores de monóxido de carbono em cinco participantes, sendo que quatro apresentaram-se abstinentes nesta fase. Em um mês de seguimento, os quatro participantes abstinentes mantiveram os ganhos, e em três meses de seguimento, três deles apresentaram valores de CO compatíveis com a abstinência. Foi observada relação entre níveis de dependência à nicotina baixo ou muito baixo, ausência de depressão ou depressão leve e abstinência no final da intervenção.Due to the alarming number of deaths caused by the use of tobacco in the world, smoking has been considered a chronic disease by health authorities and its treatment a necessity in public health. For this reason, the health area has been contributing with studies that elaborate and evaluate programs which aim to cease the use of tobacco. The goal of the present study was to evaluate the effect of a behavioral intervention program for cigarette smoking behavior. An adapted Spanish program was evaluated through two studies: it was used a group design on Study I and a multiple-baseline design across individuals on Study II. The program was conducted weekly and lasted six sessions. The main strategies adopted to control the behavior of smoking cigarettes were: information about tobacco; self-monitoring; stimulus control, gradual reduction of tobacco use; strategies to relieve the symptoms of abstinence syndrome; prevention of a relapse and physiological feedback. Thirty smokers participated on Study I, distributed by random pairing in Experimental Group (EG) and wait list Control Group (CG). The participants were evaluated according to the level of nicotine dependence through the Fagerström test, according to the abstinence through the carbon monoxide (CO) measurement, and according to the consumer satisfaction. The evaluation of carbon monoxide occurred before the intervention, in each session of the treatment and after the intervention. At the end of the treatment a 20% of abstinence was observed in EG and 0% in CG. It was not observed relation between low dependence to nicotine and abstinence at the end of the treatment. Sixty percent of the participants abandoned the treatment in EG. Six smokers participated on Study II, which were not doing any treatment to stop smoking in the beginning of the research and during the initial interview they showed a level of carbon monoxide (CO) of at least 11 ppm. Besides the evaluations adopted on Study I, the participants on this study also answered to the Beck Depression Inventory. The evaluation of carbon monoxide was performed in all phases of the research: initial interview, baseline, intervention and follow-up after one month and another after three months. The intervention started for each two participants, after the stability of all base lines. At the end of the treatment a reduction of values of carbon monoxide was observed in five participants, in which four were abstinent in this phase. In one month of follow-up, the four abstinent participants kept the gains, and in three months of follow-up, three of them showed values of CO compatible to abstinence. It was observed a relation among: low or very low levels of nicotine dependence, slight or no depression and abstinence at the end of the intervention

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Last time updated on 10/08/2016

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