O presente trabalho propõe-se a registrar as mudanças na relação do homem com a
natureza, ao longo do deslocamento do ambiente ergódico ao não ergódico, tendo como
pano de fundo a agricultura, a partir do framework de Merchant (1983 e 1989), decorrentes
dos efeitos das atividades humanas potencializadas pela técnica e pelas conseqüências
destes efeitos que são cada vez mais globais e irreversíveis, tornando-se cada vez mais
presente a dimensão não ergódica das questões ambientais. Serão tratados os dois tipos de
impactos ambientais decorrentes da atividade agrícola: locais e reversíveis e globais e
irreversíveis. Os impactos ambientais locais e reversíveis estão associados a poluição e a
degradação ambiental e podem ser classificados como externalidades negativas,
configurando assim, numa falha de mercado. Em economia, num ambiente ergódico, a
modelagem e o tratamento dos impactos locais e reversíveis provocados por tais
externalidades na política ambiental, serão feitos através do paradigma da Produtividade
dos Insumos, da Economia do Bem-Estar, da Nova Economia Institucional e dos Novos
Approachs. No entanto, quanto aos impactos ambientais globais e irreversíveis, os
instrumentos econômicos tradicionais só são válidos até antes de ultrapassarmos o limiar do
sistema, além do qual se ameaça a própria sustentabilidade do mesmo, que é a transitação
do ambiente ergódico para o não ergódico. Neste tipo de situação, os instrumentos
econômicos se tornam limitados para fundamentar nossas políticas ambientais, então se
chama atenção para as possibilidades da abordagem da ética, em especial a ética da
responsabilidade, de Hans Jonas (1995)
Is data on this page outdated, violates copyrights or anything else? Report the problem now and we will take corresponding actions after reviewing your request.