Para a maioria dos cidadãos, a participação política na
democracia se dá por meio do voto em eleições periódicas. Essa
compreensão de participação, no entanto, vem sendo pressionada tanto por
discussões teóricas, que defendem o desenvolvimento da democracia pelo
aprofundamento da participação, quanto por deficiências crescentes dos
poderes públicos no atendimento das necessidades sociais. Em
decorrência, práticas participativas inovadoras, que desafiam os conceitos
estabelecidos, têm estado cada vez mais presentes na atuação de
organizações da sociedade civil. Como um agir eminentemente coletivo, a
política democrática tem encontrado em associações voluntárias da
sociedade espaços privilegiados para a interlocução, discussão e apoio
para causas de interesse público. Este trabalho discute as formas de
participação política praticadas pelas organizações da sociedade civil em
Salvador-Bahia. Os procedimentos metodológicos envolveram levantamento
bibliográfico sobre os temas que permeiam o trabalho e entrevistas com 44
organizações da sociedade civil em Salvador. Os principais resultados
apontam que: 1) a observação da participação política entre organizações
da sociedade civil requer novos padrões de análise que superem os
tradicionais fatores: “participação eleitoral”, “identificação partidária” e
“confiança nas instituições”; 2) esses novos padrões de análise devem
agregar àqueles fatores a existência de novos atores atuantes e
interessados pelo cenário político; 3) dentre as principais formas de
participação política encontram-se aquelas alinhadas com os conceitos da
chamada democracia deliberativa, a exemplo da valorização dos espaços de discussão pública, como os fóruns; 4) há mudanças nas formas de
participação política das organizações, principalmente no sentido do
incremento e variedade como se manifestam
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