p. 131-137Objetivo. Estimar a freqüência da simultaneidade de fatores de risco cardiovascular modificáveis, com e sem inclusão da hipertensão arterial, em uma população miscigenada. Método. Estudo transversal realizado em 1 298 adultos com idade ≥ 20 anos na Cidade de Salvador,
Brasil, em 2000. Foram incluídos oito fatores de risco cardiovascular modificáveis, considerados em qualquer combinação: colesterol total ≥ 240 mg/dL; colesterol das lipoproteínas de alta
densidade (HDL-c) < 40 mg/dL; triglicerídeos ≥ 200 mg/dL; glicemia ≥ 126 mg/dL + diabetes
controlado; índice de massa corporal ≥ 25 kg/m2, cintura ≥ 102 cm (homens) e ≥ 88 cm (mulheres), tabagismo e alcoolismo. Os resultados foram estratificados de acordo com o número de fatores de risco simultâneos (de zero a cinco ou mais; e dois ou mais). Os dados foram analisados em termos de proporções estimadas e intervalo de confiança de 95% (IC95%), com e sem inclusão da hipertensão arterial (critério JNC-VI), razões entre proporções e qui-quadrado para proporções como medida de associação.
Resultados. Entre os homens (41,4% dos participantes), 7,5% (IC95%: 2,5 a 9,7) não apresentaram fatores de risco; 68,8% (IC95%: 65,0 a 72,8) apresentaram dois ou mais fatores de risco, excluída a hipertensão. Quando a hipertensão foi incluída, 73,4% (IC95%: 69,7 a 77,1) apresentaram
dois ou mais fatores de risco. Entre as mulheres, 11,6% não apresentaram fatores de risco. A presença de dois ou mais fatores de risco, excluída a hipertensão, foi observada em 67,7% (IC95%: 64,8 a 71,4). Após inclusão da hipertensão, 71,7% (IC95%: 68,5 a 74,9) das mulheres apresentaram dois ou mais fatores de risco. Foram observadas diferenças significativas entre presença
de dois ou mais fatores de risco para homens com até 4 anos de estudo versus homens com
5 a menos de 11 anos de estudo (P < 0,05); mulheres com até 4 anos de estudo versus 5 a menos de 11 anos de estudo; mulheres com até 4 anos de estudo versus 11 ou mais anos de estudo (P < 0,01); e para mulheres negras versus brancas (P < 0,01). Conclusão. A elevada proporção de múltiplos fatores de risco cardiovascular em Salvador, incluindo-
se ou não a hipertensão, especialmente na população de baixa escolaridade e em pessoas
negras, sugere a necessidade de estratégias sociais abrangentes para reduzir as desigualdades sociais, promover a saúde, e facilitar o tratamento de fatores de risco cardiovascular
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